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Cambuci (fruta)
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Como ler uma infocaixa de taxonomiaCambuci
Campomanesia phaea
Fruta do cambuci: na esquerda/direita é o fruto maduro e no centro é o fruto verde
Fruta do cambuci: na esquerda/direita é o fruto maduro e no centro é o fruto verde
Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Myrtales
Família: Myrtaceae
Género: Campomanesia
Espécie: C. phaea
Nome binomial
Campomanesia phaea
(Berg) Landrum 1984
Sinónimos
Abbevillea phaea O. Berg
Paivaea langsdorfii O. Berg/
O cambuci ou cambucizeiro (Campomanesia phaea) é uma árvore frutífera nativa da Mata Atlântica. A espécie esteve em risco de extinção por ser fortemente explorada em função de sua madeira de excelente qualidade para a fabricação de ferramentas e utensílios básicos e pelo desmatamento provocado pelo crescimento das cidades. Mais recentemente, descobriram-se novas aplicações econômicas para o cambuci, empregando-o para produzir geleias, sorvetes, sucos, licores, mousses e bolos, além de ser utilizado em sucos e macerado em bebidas alcoólicas. Por consequência, a espécie conheceu uma melhora em seu estado de conservação. Antigamente abundante na cidade de São Paulo, deu nome a um de seus bairros tradicionais.[1]

O nome cambuci é de origem indígena e deve-se à forma de seus frutos, parecidos com os potes de cerâmica que recebiam o mesmo nome.

A espécie foi inicialmente descrita por Berg em 1857, como Abbevillea phaea.



Índice
1 Características
2 Distribuição
2.1 Ecologia
3 Referências
4 Fontes
5 Ver também
6 Ligações externas
Características

Árvore do Cambuci
Árvore de 3 a 5 m de altura, com copa piramidal, tronco descamante com 20 a 30 cm de diâmetro.

Folhas simples, lisas, de 710 cm de comprimento por 3-4 de largura, flores axilares pedunculadas e solitárias.

O fruto é uma baga lisa, achatada, de cor verde mesmo quando maduro, de polpa carnosa doce-acidulada.

As frutas de Cambuci têm um perfume intenso, adocicado, mas de sabor ácido como o limão.

Parente da goiaba e da pitanga, o cambuci é caracterizado pela sua riqueza em vitamina C e por ser muito azedo ao nosso paladar - por essa razão, não é um fruta para se saborear in natura como suas 'primas', mesmo assim muitos o consomem desta forma.

Segundo o químico e fitologista Lelington Lobo Franco, autor do livro As Incríveis 50 Frutas e seus Poderes Medicinais, ele é indicado para pessoas de constituição física frágil, doentes, anêmicas ou convalescentes. "Possui tanino, substância empregada no tratamento de bronquite, tosse e coqueluche. Ainda é composto por vitamina A (boa para visão), complexo B (ajuda na memória) e ferro". É rica em vitamina C, com propriedades antioxidantes e adstringentes que retardam o envelhecimento e fortalece o sistema imunológico, além de combater o colesterol. Tem altos teores de lipídios, carboidratos e proteínas, além de grande quantidade de ácido ascórbico.


Distribuição
Esta espécie é endêmica do Brasil, ocorre nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, na vertente da Serra do Mar voltada para o planalto e no começo deste, na floresta ombrófila densa da Mata Atlântica. Ocorre também na restinga do litoral norte de São Paulo.

Atualmente é encontrada apenas nos arredores de São Paulo (Paranapiacaba, Mogi das Cruzes, Ribeirão Pires, Paraibuna, Parelheiros e Salesópolis) e em Teresópolis (no Parque Nacional da Serra dos Órgãos), no Rio de Janeiro.[2]

Os principais disseminadores deste fruto, são as pacas, as antas, os cachorros do mato, e os veados. Ao se alimentarem, espalham suas sementes pelos locais por onde circulam. Um pé de cambuci em idade adulta chega a produzir 200 kg de frutos por ano; porém, em algumas regiões, foram encontrados alguns pés produzindo muito mais.

Dele se produz diversos subprodutos e os moradores de Paranapiacaba, utilizam o Cambuci para elaborar deliciosas receitas como geléias, sorvetes, sucos, licores, maceração em bebidas alcoólicas, mousse, sorvete, bolo, além do tradicional suco. É apreciada também ao natural, mesmo sendo ácida.Também se prepara a cachaça-com-cambuci, aguardente aromatizada com a fruta em infusão.


Ecologia
Árvore semidecídua, higrófita, heliófita, muito rara, apesar da dispersão zoocórica pelas aves.

Floresce de agosto a novembro e os frutos amadurecem em janeiro a março.

Um quilo de sementes contém cerca de trinta mil sementes de baixa germinação.

O desenvolvimento da planta é lento.


Referências
«Campomanesia in Flora do Brasil 2020 em construção». Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Consultado em 28 de setembro de 2018
World Conservation Monitoring Centre 1998. Campomanesia phaea. In: IUCN 2008. 2008 IUCN Red List of Threatened Species. Downloaded on 20 April 2009.


Fontes
Lorenzi, Harri: Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, vol. 1. Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, 2002, 4a. edição. ISBN -X
IUCN Red List
FRANCO, LELINGTON LOBO - As incríveis 50 frutas com poderes medicinais. ISBN 85--3-0
ANDRADE, A. G. F. BEATRIZ; LEMOS, FLAVIO; FONSECA, Y.G.PAULO: Cambuci O Fruto - O Bairro - A Rota ; História Cultura Sustentabilidade e Gastronomia 1ª Edição 2011. ISBN 9-04-09
PASOS. Revista de Turismo Y Patrimônio Cultural, 9(2) 2011 .Marcius Fabius Y Ernesto Michelangelo Giglio



Ver também
pimenta-cambuci
Ligações externas
Festa do Cambuci
Fotos dos Frutos
Wikispecies
O Wikispecies tem informações sobre: Cambuci (fruta)

O Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Cambuci (fruta)

Portal da botânica Portal do Brasil









Índice
1 Características
2 Distribuição
2.1 Ecologia
3 Referências
4 Fontes
5 Ver também
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Liberdade
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Disambig Nota: Para outros significados, veja Liberdade (desambiguação).

A Liberdade Guiando o Povo, de Delacroix : uma personificação da liberdade.
Liberdade (Latim: Libertas) é, em geral, a condição daquele que é livre; capacidade de agir de si mesmo; autodeterminação; independência; autonomia. [1] Pode ser compreendida sob uma perspectiva que denota a ausência de submissão e de servidão, própria da liberdade política, mas também pode se relacionar com a questão filosófica do livre arbítrio. Se opõe à concepção de mundo determinista. Com o fim da Guerra santa no período medieval surge o conceito contemporâneo de liberdade.[2]


Índice
1 Filosofia
1.1 Espinoza
1.2 Leibniz
1.3 Pecotche
1.4 Philip Pettit[3]
1.5 Schopenhauer
1.6 Sartre
2 Política
2.1 Guy Debord
2.2 Étienne de La Boétie
2.3 Marx
2.4 Mikhail Bakunin
3 Referências
4 Bibliografia
5 Ver também
Filosofia
Espinoza
Para Baruch Espinoza (), a liberdade possui um elemento de identificação com a natureza do "ser". Nesse sentido, ser livre significa agir de acordo com sua natureza.

É mediante a liberdade que o Homem se exprime como tal e em sua totalidade. Esta é também, enquanto meta dos seus esforços, a sua própria realização.

Tendemos a associar a fruição da liberdade a uma determinação constante e inescapável. Contudo, os ditames de nossa vida estão sendo realizados a cada passo que damos: assim, a deliberação está também a cargo da vontade humana (na qual se inserem as leis físicas e químicas, biológicas e psicológicas).

Diretamente associada à ideia de liberdade está a noção de responsabilidade, vez que o ato de ser livre implica assumir o conjunto dos nossos atos e saber responder por eles.

Leibniz
Para Gottfried Wilhelm Leibniz (), o agir humano é livre a despeito do princípio de causalidade que rege os objetos do mundo material.

A ação humana é contingente, espontânea e refletida. Ou seja, ela é tal que poderia ser de outra forma (nunca é necessária) e, por isso, contingente. É espontânea porque sempre parte do sujeito agente que, mesmo determinado, é responsável por causar ou não uma nova série de eventos dentro da teia causal. É refletida porque o homem pode conhecer os motivos pelos quais age no mundo e, uma vez conhecendo-os, lidar com eles de maneira livre.
Pecotche
Para Carlos Bernardo González Pecotche (), a liberdade é prerrogativa natural do ser humano, já que nasce livre, embora não se dê conta até o momento em que sua consciência o faz experimentar a necessidade de exercê-la como único meio de realizar suas funções primordiais da vida e o objetivo que cada um deve atingir como ser racional e espiritual. Como princípio, assinala ao homem e lhe substancia sua posição dentro do mundo.

É preciso vinculá-la muito estreitamente ao dever e à responsabilidade individual, pois estes dois termos, de grande conteúdo moral, constituem a alavanca que move os atos humanos, preservando-os do excesso, sempre prejudicial à independência e à liberdade de quem nele incorre.

A liberdade é como o espaço, e que depende do ser humano que ela seja, também como ele, mais ampla ou mais estreita, vinculada ao controle dos próprios pensamentos e das atitudes. O conhecimento é o grande agente equilibrador das ações humanas e, em consequência, ao ampliar os domínios da consciência, é o que faz o ser mais livre.

Philip Pettit[3]
A relevância de Philip Pettit reside em sua construção de uma teoria da liberdade que traz consigo implicações práticas para a consecução das finalidades de uma democracia.

Para iniciar sua empreitada filosófica, Pettit resgata dois pontos importantes do debate filosófico acerca da liberdade:

O tratamento simbiótico imprimido à liberdade da vontade e à liberdade política; (ii) a tradição republicana de conceptualização da liberdade como não dominação, posteriormente substituída pela percepção liberal desta enquanto não interferência.

Philip inicia sua abordagem pela ótica da liberdade da vontade. Para tanto, resgata as ideias desenvolvidas por Immanuel Kant quando posto diante da seguinte indagação: existe liberdade da vontade?

Schopenhauer
Para Arthur Schopenhauer (), a ação humana não é absolutamente livre. Todo o agir humano, bem como todos os fenómenos da natureza, até mesmo suas leis são níveis de objetivação da coisa-em-si kantiana que o filósofo identifica como sendo puramente vontade.

Para Schopenhauer, o homem é capaz de acessar sua realidade por um duplo registro: o primeiro, o do fenômeno, onde todo o existente reduz-se, nesse nível, a mera representação.

No nível essencial, que não se deixa apreender pela intuição intelectual, pela experiência dos sentidos, o mundo é apreendido imediatamente como vontade, Vontade de Vida. Nesse caso, a noção de vontade assume um aspecto amplo e aberto, transformando-se no princípio motor dos eventos que se sucedem na dimensão fenomênica segundo a lei da causalidade.

O homem, objeto entre objetos, coisa entre coisas, não possui liberdade de ação porque não é livre para deliberar sobre sua vontade. O homem não escolhe o que deseja, o que quer. Logo, não é livre - é absolutamente determinado a agir segundo sua vontade particular, objetivação da vontade metafísica por trás de todos os eventos naturais. O que parece deliberação é uma ilusão ocasionada pela mera consciência sobre os próprios desejos.É poder viver sem ninguém mandar.

Sartre
Para Jean-Paul Sartre (), a liberdade é a condição ontológica do ser humano. O homem é, antes de tudo, livre.

O homem é livre mesmo de uma essência particular, como não o são os objetos do mundo, as coisas. Livre a um ponto tal que pode ser considerado a brecha por onde o Nada encontra seu espaço na ontologia. O homem é nada antes de definir-se como algo, e é absolutamente livre para definir-se, engajar-se, encerrar-se, esgotar a si mesmo.

O tema da liberdade é o núcleo central do pensamento do filósofo francês e resume toda a sua doutrina.

Sua tese é: a liberdade é absoluta ou não existe. Sartre recusa todo determinismo e mesmo qualquer forma de condicionamento. Assim, ele recusa Deus e inverte a tese de Lutero; para este, a liberdade não existe justamente porque Deus tudo sabe e tudo prevê. Mas como, para Sartre, Deus não existe, a liberdade é absoluta. E recusa também o determinismo materialista: se tudo se reduzisse à matéria, não haveria consciência e não haveria liberdade. Qual é, então, o fundamento da liberdade? É o nada, o indeterminismo absoluto. Agora, entende-se melhor a má-fé: a tendência a ser termina sendo a negação da liberdade. Se o fundamento da consciência é o nada, nenhum ser consegue ser princípio de explicação do comportamento humano. Não há nenhum tipo de essência - divina, biológica, psicológica ou social - que anteceda e possa justificar o ato livre. É o próprio ato que tudo justifica. Por exemplo: de certo modo, eu escolho inclusive o meu nascimento. Por quê? Se eu me explicasse a partir de meu nascimento, de uma certa constituição psicossomática, eu seria apenas uma sucessão de objetos. Mas o homem não é objeto, ele é sujeito. Isso significa que, aqui e agora, a cada instante, é a minha consciência que está "escolhendo", para mim, aquilo que meu nascimento foi. O modo como sou meu nascimento é eternamente mediado pela consciência, ou seja, pelo nada. A falsificação da liberdade, ou a má-fé, reside precisamente na invenção dos determinismos de toda espécie, que põem no lugar do nada o ser.

A liberdade humana revela-se na angústia. O homem angustia-se diante de sua condenação à liberdade. O homem só não é livre para não ser livre: está condenado a fazer escolhas - e a responsabilidade de suas escolhas é tão opressiva que surgem escapatórias através das atitudes e paradigmas de má-fé, onde o homem aliena-se de sua própria liberdade, mentindo para si mesmo através de condutas e ideologias que o isentem da responsabilidade sobre as próprias decisões.

Política
Guy Debord
No livro A Sociedade do Espetáculo, Guy Debord (), ao criticar a sociedade de consumo e o mercado, afirma que a liberdade de escolha é uma liberdade ilusória, pois escolher é sempre escolher entre duas ou mais coisas prontas, isto é, predeterminadas por outros. Uma sociedade como a capitalista, onde a única liberdade que existe socialmente é a liberdade de escolher qual mercadoria consumir, impede que os indivíduos sejam livres na sua vida cotidiana. A vida cotidiana, na sociedade capitalista, se divide em tempo de trabalho (que é não livre, submetido à hierarquia de administradores e às exigências de lucro impostas pelo mercado) e tempo de lazer (onde os indivíduos têm uma liberdade domesticada que é escolher entre coisas que foram feitas sem liberdade durante o tempo de trabalho da sociedade). Assim, a sociedade da mercadoria faz da passividade (escolher, consumir) a liberdade ilusória que se deve buscar a todo o custo, enquanto que, de fato, como seres ativos, práticos (no trabalho, na produção), somos não livres.

Étienne de La Boétie
O filósofo Étienne de La Boétie, em seu Discurso sobre a Servidão Voluntária, trata especificamente da liberdade política, que se dá em meio aos outros humanos e não algo estritamente individual. A liberdade é natural, assim como a vontade de defendê-la[4] - de modo que um exército de homens livres está muito mais disposto a vencer uma guerra que um exército de servos[4], já que os servos não possuem nenhuma motivação para vencer tal combate. Como os homens são livres e iguais[4], qualquer divisão na sociedade a transforma em uma sociedade de servidão[4] e, diferentemente de Jean Jacques Rousseau, La Boétie não presume que tais sociedades nunca tenham existido, mas afirma que evidentemente as sociedades eram livres antes de sua divisão, ou seja, antes do nascimento do Estado[5]. Por essa razão, La Boétie pode ser considerado um precursor do pensamento anarquista.

O caráter natural da liberdade é tão pujante que, de fato, nem mesmo os animais suportam a servidão sem protestar, como La Boétie descreve no seguinte trecho:

Só quem for surdo não ouve o que dizem os animais: viva a liberdade! Muitos deles morrem quando os apanham. [...] O que quer dizer o elefante que, depois de se defender até mais não poder, sentindo-se impotente e prestes a ser apanhado, espeta as presas nas árvores e as quebra, assim mostrando o grande desejo que tem de continuar livre como nasceu? Assim dá a entender que deseja negociar com os caçadores, dando-lhes os dentes para que o soltem, entregando-lhes o marfim em penhor da liberdade. [4]

Então, como é possível que a maioria se curve e obedeça de bom grado à poucas pessoas ou até a apenas uma pessoa? Na verdade, La Boétie não responde o porquê em primeiro lugar houve a divisão da sociedade, mas responde a como esse tirano se mantém no poder e dá três razões para isso:

o hábito - as pessoas não tem lembrança alguma da liberdade pois já nascem em servidão, e mesmo que os humanos sejam naturalmente livres, também está na natureza a tendência a adquirir certos costumes. Essa mudança de natureza humana é o precursor do que poderíamos chamar de alienação, conceito que seria desenvolvido séculos depois por Hegel.
a covardia derivada de uma ilusão acerca do tirano - os súditos se encantam de tal maneira, manietados e entorpecidos pelos teatros, jogos, farsas, espetáculos, feras exóticas, as medalhas, os quadros e outras bugigangas que perdem qualquer força ou energia.
a própria estrutura hierárquica do poder - as poucas pessoas que cercam o tirano e são de sua confiança são dominadas por ele e dominam as demais, o que para La Boétie é como estender ambas as mãos [4] à servidão, afastar-se definitivamente da liberdade. O autor explica melhor a dinâmica no seguinte trecho: Essa meia dúzia tem ao seu serviço mais seiscentos que procedem com eles como eles procedem com o tirano. Abaixo destes seiscentos há seis mil devidamente ensinados a quem confiam ora o governo das províncias ora a administração do dinheiro, para que eles ocultem as suas avarezas e crueldades, para serem seus executores no momento combinado e praticarem tais malefícios que só à sombra deles podem sobreviver e não cair sob a alçada da lei e da justiça. E abaixo de todos estes vêm outros. [4]
O poder do tirano em última instância está sempre em seus súditos: o povo voluntariamente nega sua liberdade e transfere poder para o tirano. Sem a liberdade, nem mesmo as posses são aprazíveis, porque nada é definitivamente nosso - e ao tirano não resta muita coisa, pois até mesmo a amizade é impossível a ele. Para La Boétie, existe uma maneira de escapar da servidão, que é simplesmente cessando de desejá-la, como explicita na seguinte passagem:

o mais espantoso é sabermos que nem sequer é preciso combater esse tirano, não é preciso defendermo-nos dele. Ele será destruído no dia em que o país se recuse a servi-lo. Não é necessário tirar-lhe nada, basta que ninguém lhe dê coisa alguma. Não é preciso que o país faça coisa alguma em favor de si próprio, basta que não faça nada contra si próprio.

Portanto, a liberdade é alcançada através de um simples ato de vontade: não é necessária ousadia, guerra ou combate.

Marx
Influenciado por Hegel,[6] nos Manuscritos econômico-filosóficos e em A Ideologia Alemã, Karl Marx () entende a liberdade humana como a constante criação prática pelos indivíduos de circunstâncias objetivas nas quais despontam suas faculdades, sentidos e aptidões (artísticas, sensórias, teóricas...). Ele, assim, critica as concepções metafísicas da liberdade.

Para ele, não há liberdade sem o mundo material no qual os indivíduos manifestam na prática sua liberdade junto com outras pessoas, em que transformam suas circunstâncias objetivas de modo a criar o mundo objetivo de suas faculdades, sentidos e aptidões. Ou seja, a liberdade humana só pode ser encontrada de fato pelos indivíduos na produção prática das suas próprias condições materiais de existência.

Desse modo, se os indivíduos são privados de suas próprias condições materiais de existência, isto é, se suas condições objetivas de existência são propriedade privada (de outra pessoa, portanto), não há verdadeira liberdade e a sociedade se divide em proletários e capitalistas. Sob o domínio do capital, a manifestação prática da vida humana, a atividade produtiva, se torna coerção, trabalho assalariado; as faculdades, habilidades e aptidões humanas se tornam mercadoria, força de trabalho, que é vendida no mercado de trabalho, e a vida humana se reduz à mera sobrevivência.

Marx diz que as várias liberdades parciais que existem no capitalismo - por exemplo, a liberdade econômica (de comprar e vender mercadorias), a liberdade de expressão ou a liberdade política (decidir quem governa) - pressupõem que a separação dos homens com relação às suas condições de existência seja mantida, pois, caso essa separação seja atacada pelos homens em busca de sua liberdade material fundamental, todas essas liberdades parciais são suspensas (ditadura) para restabelecer o capitalismo. Mas se a luta dos indivíduos privados de suas condições de existência (proletários) tiver êxito e se eles conseguirem abolir a propriedade privada dessas condições seria instaurado o comunismo, que ele entende como a associação livre dos produtores.

Mikhail Bakunin
Bakunin () não se referia a um ideal abstrato de liberdade mas a uma realidade concreta baseada na liberdade simétrica de outros. Liberdade consiste no "desenvolvimento pleno de todas as faculdades e poderes de cada ser humano, pela educação, pelo treinamento científico, e pela prosperidade material." Tal concepção de liberdade é "eminentemente social, porque só pode ser concretizada em sociedade," não em isolamento. Em um sentido negativo, liberdade é "a revolta do indivíduo contra todo tipo de autoridade, divina, coletiva ou individual."

Referências
Japiassú, Hilton. . Dicionário básico de filosofia. [S.l.]: Jorge Zahar Editor. OCLC
Robert Fisk: The US forces, like the Crusaders before them, are prisoners in their own fortresses
A exposição dos argumentos de Philip Petit foi baseada na seguinte obra: Pettit, Philip. "Teoria da Liberdade"; tradução de Renato Sérgio Pubo Maciel; coordenação e supervisão Luiz Moreira Belo Horizonte: Del Rey, 2007. 272 páginas.
La Boétie, Étienne de . Discursos sobre a Servidão Voluntária. [S.l.]: Cultura Brasil, LCC
CLASTRES, Pierre. Liberdade, Mau Encontro, Inominável. In: LA BOÉTIE, Étienne de. Discurso da servidão voluntária. São Paulo: Brasiliense, 1999. pp. .
Gonçal Mayos, "Libertade é Estado", G. W. F. Hegel. Vida, pensamento e obra. Arquivado em 21 de julho de 2011, no Wayback Machine.
Bibliografia
Aristoteles, The Nicomachean Ethics, volume III.
Augustine (Santo), On Free Will.
Hobbes, Thomas, Of Liberty and Necessity.
Hume, David, An Enquiry Concerning Human Understanding.
Mill, John Stuart, On Liberty.
Pecoctche, Carlos Bernardo González RAUMSOL, Colección de la Revista Logosofia Tomo II. Editora Logosófica
Plato, The Republic.
Schiller, Friedrich, Letters upon the Aesthetic Education of Man. ISBN 1--X
Wolf, Susan, Freedom Within Reason, Oxford: 1990.
Berlin, Isaiah, Four Essays on Liberty. Londres: Oxford University Press, 1969.
Pettit, Philip. "Teoria da Liberdade"; tradução de Renato Sérgio Pubo Maciel; coordenação e supervisão Luiz Moreira Belo Horizonte: Del Rey, 2007.
Kersting, Wolfgang. "Liberdade bem ordenada: filosofia do direito e do Estado em Immanuel Kant"; tradução e revisão Luís Afonso Heck. 3. Ed., ampl. e trabalhada Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Ed., 2012.
Rousseau, Jean-Jacques. "O Contrato Social". São Paulo: Martins Fontes, 2001.
Gunther, Klaus. "Teoria da Responsabilidade no Estado Democrático de Direito". Organizadoras: Flavia Portella Puschel e Marta Rodriguez de Assis Machado. Editora Saraiva. 96 páginas.
Ver também
Livre-arbítrio
Teodiceia
Vontade
Liberdade de expressão
Wikiquote
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