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Apartamento à venda com 1 quarto R$ 1.070.000
Cursino, Microrregião de São Paulo


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Distrito), possuem uma ocupação irregular, com favelas e população mista, ou seja, casas de classe média dividem espaço com casas populares.

O Jardim da Saúde, um bairro que possui uma Associação de Moradores desde o Ano de 1945 tem sua própria história, contada oficialmente através de livro e publicações em jornais locais e de projetos de História Oral. Mas e as adjacências? Propomos como ferramenta didática, uma tentativa de delinear brevemente esta História do Jardim da Saúde, mostrar como ela é contada, questioná-la, e ensaiar uma tentativa de elaboração da História das suas circunvizinhanças. Levando em consideração o contexto de expansão da ocupação da cidade de São Paulo, no qual estes bairros estiveram inseridos.



Fundamentação



Vários Bairros, Porque apenas Uma História?

Sou moradora do Jardim da Saúde desde que nasci. E algo sempre me chamou a atenção: uma certa divisão que havia no bairro. Divisão não física, mas socioeconômica. Na verdade a divisão é física sim. Explico. Morei os primeiros dez anos de minha vida na mesma casa, mas a minha família teve que se mudar, pois o terreno que havia ao lado de nossa casa foi vendido e ali foi construído um prédio. O período de obras foi terrível. Era muito barulho, o dia inteiro. Quando a obra chegou ao fim pensamos que o sofrimento havia acabado. Ledo engano. Viver naquela casa havia se tornado um pesadelo, pois o prédio ficava entre nós e o Sol. A casa ficou fria, escura e as roupas não secavam pois não batia nem brisa. A opção era nos adaptarmos àquela situação, ou nos mudarmos. Optamos por mudar. Mudamo-nos para exatos 500 metros para o lado, ou para duas ruas acima.

Trouxe esta breve lembrança de minha infância, pois ela possui um fato que se encaixa perfeitamente com o que pretendo começar a tratar: A divisão burocrática dos bairros que compõe o Distrito do Cursino. Oficialmente este distrito é dividido em 11 bairros: Água Funda, Bosque da Saúde, Brasilino Machado, Jardim Previdência, Jardim da Saúde, Jardim São Savério, Vila Brasilina, Vila Firmiano Pinto, Vila Gumercindo, Vila Moraes, Vila Santo Stéfano.[1] Mas havia, como é provável que haja em outros distritos também, uma confusão entre os moradores (principalmente nos que moravam entre os bairros) para definir em qual bairro exatamente morava. Usualmente, dizíamos que morávamos no “Jardim da Saúde”, pois assim o críamos. Mas recebíamos correspondências com os mais diversos bairros em nosso endereço: Vila Santo Stéfano, Bosque da Saúde, Saúde, Jardim da Saúde...

Quando nos mudamos, descobrimos enfim o bairro que em oficialmente morávamos: “Vila Santo Stefano”. Este é o ponto onde queria chegar. Lembro-me que não gostei de ter que morar na vila sei-lá-oque! Primeiro porque ninguém conhecia, e eu tinha que explicar onde ficava, segundo quando eu dizia que morava no Jardim da Saúde, sempre ouvia algum bom comentário, que eu geralmente não entendia o porquê, pois a minha rua nem era tão “legal” quanto falavam que o bairro era.



O poder público desmembrou bairros antigos e surgem novas denominações que mascaram as tradicionais.[2]



Este acontecimento me veio à memória quando li o trecho acima da historiadora Raquel Glezer e decidi que, tentar compreender um pouco mais sobre a História do lugar onde sempre vivi, seria o meu trabalho final. Minha idéia inicial montar uma ferramenta didática que fizesse com que os alunos pensassem de uma forma critica o lugar em que viviam e as suas disparidades, que cria eu, eram antigas, pois estavam nas minhas mais remotas lembranças. Logo que iniciei a pesquisa percebi que a tarefa não seria fácil. Fui buscar na única biblioteca publica que possuímos, localizada na esquina da Avenida Cursino (a mais conhecida da região) com a Rua José Clovis de Castro, documentos da História do Bairro. Fui informada que no setor de pesquisas havia uma pasta chamada “História do Bairro Jardim da Saúde”, com duas cópias do livro de Alcina Ferreira Jorge, O Bairro do Jardim da Saúde. “História dos bairros de São Paulo. Prefeitura Municipal- Secretaria de Educação e Cultura- Departamento de Cultura. 1970. 73p. Após ler o livro e toda documentação (recortes de jornais locais com uma breve história do bairro, documentos da associação de moradores, e memórias, informes publicitários e outros), algumas questões se apresentaram de forma eloqüente a mim, uma delas foi:

[1] Ver Mapa contido no Anexo 1.

[2] GLEZER, Raquel, Chão de Terra e outros ensaios sobre São Paulo, p. 22.





Todos os relatos eram recheados de imagens romantizadas do bairro, a começar pelo livro da sra. Alcina, no qual, muitos dos outros relatos se baseavam. E a sua origem era nas “2 glebas de 700.000 metros quadrados cada uma” adquiridas em 1921 estava em todos – Uma área que compreenderia os atuais bairros da Saúde, Bosque da Saúde, Praça da Árvore, o Jardim da Saúde e suas adjacências e ainda parte da Vila Mariana e da Santa Cruz. Mas após expor esta origem tão grandiosa (Sete mil acres), os relatos se restringiam e retratavam apenas o que se referia ao Jardim da Saúde tal qual ele é hoje.[3] Para mim havia um vazio, pois iniciava com a grandiosidade dos “sete mil acres” (ou 1.400.000 m2) e terminava relatando um espaço geograficamente muito menor. Deixava-se de fora da história os bairros adjacentes. Mas isto, eu logo compreendi o porquê. Esta é uma história contada pelos moradores do “Jardim da Saúde” que havia sido planejado pela Cia City, ou seja, pelos moradores do bairro de classe média alta, e não pelos moradores da área de ocupação irregular, que com as reestruturações organizacionais dos distritos feita ao longo dos anos pela Prefeitura haviam se tornado outros bairros: como a Vila Santo Stefano, a Vila Moraes e outros. Cheguei a duas conclusões: A primeira foi que portanto, daquela região toda que constava nos relatos, apenas uma (o Jardim da Saúde) possuía algum tipo de memória estruturada. E a segunda, era que a separação entre o Jardim da Saúde e os outros bairros não era apenas socioeconômica, mas também física, onde terminava a área que era composta pelas grandes casas, onde acabava as arvores, acabava também o Jardim da Saúde.

A questão é: as crianças que estudam nas escolas públicas do próprio Jardim da Saúde (como a E.E. Raul Fonseca que foi base de um laboratório vivo promovido pela Fapesp em conjunto com a Escola de Comunicação e Artes da USP[4]), não moravam especificamente no Jardim da Saúde, mas sim em seus bairros adjacentes, pois é difícil imaginar que pessoas que morem em casas de alto padrão, estudem em escolas publicas. É claro, não podemos generalizar, mas com certeza o número famílias pobres no Jardim da Saúde é baixo, logo o numero de crianças que lá moram, estudam em escolas publicas também o é. É o caso do relato pessoal de minha infância que fiz acima, há uma certa confusão acerca dos limites exatos sobre onde começa um bairro e termina outro.[5] No dia a dia, esta é uma informação que não faz grande diferença, pela proximidade dos bairros, mas no “imaginário” das pessoas, fazer parte de um bairro, onde a qualidade de vida é considerada melhor (e verdadeiramente o é) faz sim diferença, mesmo que seja um alento psicológico.

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